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Trânsito e pandemia: atitudes individuais para o bem coletivo

Trânsito e pandemia: atitudes individuais para o bem coletivo

12 de maio de 2021

A campanha do Maio Amarelo 2021 tem o slogan “Respeito e responsabilidade: pratique no trânsito”, como uma forma de chamar atenção da sociedade sobre a importância da união de todos para que tenhamos um trânsito mais seguro. Em um contexto de pandemia, a ação individual, com o propósito coletivo de garantir a segurança de todos, está mais em voga do que nunca. Medidas protetivas como isolamento social, uso de máscaras e higiene são reforçadas constantemente, e, embora enfrente discordâncias em algumas esferas, os resultados são sentidos em diversos aspectos.

De acordo com Márcio Feital, diretor técnico de Transporte e Sinistros da ESSOR, a segurança no trânsito está diretamente relacionada às atitudes da sociedade em geral, confirmando, assim, o paralelo com a situação de pandemia. “Tanto para o trânsito como para viver neste período de pandemia são necessárias algumas coisas em comum, como disseminar corretamente o conhecimento e as informações, ter respeito ao próximo e às leis, ter responsabilidade e cobrar a fiscalização e punição pelo poder público”, comenta.

Da mesma forma, se algumas pessoas não respeitam as medidas protetivas contra a Covid-19, é natural inferir que parte da sociedade também tenha uma postura similar em relação ao trânsito. “Parte dos problemas que vivenciamos no trânsito é exatamente por esta falta de preocupação com o outro, em entender e aceitar a responsabilidade de se proteger e a todos que estão em volta. Se queremos um trânsito mais seguro, temos que pensar no coletivo, no próximo, e não apenas no aspecto individual, naquela necessidade, vontade ou prazer pessoal imediato”, complementa Feital.

Efeitos da pandemia no trânsito brasileiro

O índice de acidentes nas rodovias brasileiras em 2020 registrou queda de 5,9%, em comparação ao ano anterior. Porém, embora o volume de acidentes tenha apresentado uma redução significativa, de 67.427 em 2019 para 63.447 em 2020, o número de mortes diminuiu apenas 0,8%, passando de 5.332 em 2019 para 5.287 em 2020. Ou seja, embora tenha ocorrido menos acidentes durante o primeiro ano de pandemia, eles foram mais letais.

Antes de qualquer análise, é importante reconhecer que os resultados estão totalmente circunscritos no contexto da pandemia. “A diminuição da circulação de veículos reduziu a quantidade de acidentes, mas com maior letalidade, provavelmente pelo aumento da velocidade nas rodovias ou maior desrespeito às sinalizações”, considera Feital.

Igualmente, é interessante considerar que no último ano não houve nenhuma ação de redução de acidentes de trânsito, seja de caráter educacional, alterações na legislação ou alguma iniciativa política nesse sentido. “Então, considero não ser possível concluir que houve uma melhora na segurança no trânsito ao desconsiderarmos os efeitos da pandemia.”

Primeira década de ações para segurança no trânsito

Em 2020, encerrou a primeira Década de Ações para a Segurança no Trânsito, período instituído pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em março de 2010, que tinha como meta reduzir pela metade o número mundial de mortes e lesões no trânsito. Na época, o Brasil ocupava o quinto lugar entre os países recordistas em mortes no trânsito, segundo estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Nesse ínterim, a proposta indicava a adoção de ações legislativas para redução da mortalidade. Como a Lei Seca, criada em 2008, outras ações como a Lei 13.281, de 2016, que aumenta consideravelmente os valores das multas aplicadas aos motoristas infratores, são exemplos positivos da ação legislativa em prol da redução de acidentes no trânsito brasileiro. Apesar do Brasil não ter atingido a meta de redução, há um saldo minimamente positivo.

“A Lei Seca é um excelente exemplo de ação bem-sucedida, que, além de ter evitado muitos acidentes e perdas de vidas, claramente vem mudando o comportamento das pessoas. Mas também é um exemplo de que apenas uma lei não é suficiente para virar o jogo, é preciso educar, fiscalizar o cumprimento da mesma e punir os infratores. Ou seja, sem as operações de fiscalização realizadas nas cidades e estradas não teríamos colhidos tais resultados”, esclarece Feital.

Segundo o diretor técnico da ESSOR, junto às ações legislativas, a tecnologia também tem auxiliado na segurança dos veículos, assim como o investimento em rodovias, ajudando a reduzir os acidentes de trânsito. Agora, com a segunda Década de Ação pela Segurança no Trânsito já definida pela ONU, a meta continua sendo reduzir em, pelo menos, 50% as lesões e mortes no trânsito do mundo inteiro. Para isso, uma das principais recomendações é o controle da velocidade no trânsito, incluindo o objetivo de estabelecer um limite de 30 quilômetros por hora em áreas com maior concentração de veículos e usuários vulneráveis.

“Ter o objetivo de controlar a velocidade como ação pela segurança nesta década é muito importante, visto que além de ser uma das principais causas de acidente, o excesso de velocidade está diretamente relacionado à letalidade e gravidade de lesões em colisões. Aqui, já temos a legislação adequada, será preciso investir ainda mais em educação, conscientização, fiscalização e punição”, destaca Feital.

Educar pelo exemplo

No final das contas, atitudes individuais afetam toda a sociedade. Portanto, pensar no próximo deve ser o norte para delinear as ações individuais. “Saindo do campo das políticas públicas, todos devemos nos conscientizar da responsabilidade individual na segurança viária. Respeito e responsabilidade precisam nortear nossas ações, tanto no controle de um veículo, como pedestres, ciclistas ou passageiros”, pontua. Motoristas profissionais têm um importante papel nesse sentido, pois devem difundir, a partir do exemplo, as melhores práticas de respeito e responsabilidade no trânsito.

“Os motoristas profissionais têm papel importantíssimo na segurança viária e também devem ser apoiados, com boas condições de trabalho, jornada adequada e acompanhamento da saúde física e mental. Felizmente, muitas empresas já garantem isto tudo aos seus motoristas.”

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